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Já muito se escreveu sobre o Facebook e a Cambridge Analytica nas passadas semanas, e este artigo não será mais uma peça jornalística a anunciar ao Mundo que as plataformas digitais estão na posse de uma miríade de dados sobre os seus utilizadores. Porque isso não é novo nem é o centro da questão. Tentarei explicar porquê e farei pontaria aos dois lados da barricada.
A SIBS também consegue posicionar-nos no mapa recorrendo aos terminais de pagamento e aos ATMs que usamos diariamente, as telefónicas podem usar as suas antenas para fazer triangulações e desenhar cada metro dos nossos percursos diários, e toda essa informação, se olhada para lá da mera geografia dos passos, pode dizer muito sobre nós, sobre os nossos hábitos e actividades. Se eu pago todos os meses um valor X a uma creche, facilmente se interpreta que eu tenho um filho, se todos os dias levanto dinheiro no ATM do Supermercado X em Telheiras, sou um potencial cliente do mesmo… A digitalização de todos os sistemas da nossa vida permite um profundo nível de análise e interpretação do que podem ser os nossos hábitos, as nossas necessidades, e mesmo os nossos desejos. Tudo o que somos socialmente pode hoje traduzir-se em informação mais ou menos profundamente analisável.
As redes sociais e outros serviços digitais vão mais fundo nas assunções que sobre nós podem fazer, é certo, não só porque mais dados lhes fornecemos a elas mas também porque mais intimamente vivemos com elas, porque mais da nossa vida passa por elas. E a tendência é crescente, porque isso nos é mais fácil. Não devemos ser ingénuos ao ponto de pensar que quando aceitamos a facilidade de fazer login via Facebook num site de notícias ou outro, que a acção do Facebook se limita necessariamente a essa espécie de oferta ao utilizador num altruísta gesto de bondade, ou que quando dizemos à plataforma aquilo de que gostamos ou não, a plataforma não utiliza esses dados para alimentar o seu negócio, convertendo-nos numa audiência preferencial para determinado tipo de mensagens. O negócio de plataformas como o Facebook é a nossa atenção, o nosso interesse, os nossos clicks. Todos os dias isso joga até a nosso favor (todos preferimos ver publicidade sobre algo que procuramos ou que nos interessa, i.e.: um hotel mais barato para aquela viagem a Paris que ontem pesquisámos no Booking, do que ser bombardeados com anúncios que nunca escolheríamos ver), mas violações às finalidades de uso dos dados podem instantaneamente converter-se em ameaça. Foi o que aconteceu no caso da Cambridge Analytica.
O problema surgido da actuação da Cambridge Analytica, amplificado pelo volume de dados e pela ligação às tão badaladas campanhas digitais em torno da eleição de Trump e do referendo ao Brexit, não é tanto um problema das capacidades da plataforma, mas sim de uma efectiva violação das políticas de acesso aos dados da mesma, uma questão de falta de ética, um cocktail de dinheiro para investir e de ausência de escrúpulos para o realizar, e de um real crime de abuso dos dados fornecidos pelo Facebook. A app de Quizzes usada pela Cambridge Analytica pedia aos utilizadores o acesso aos seus dados (demográficos, de interesses, entre outros), mas também aos da sua rede de amigos, dados estes que as políticas do Facebook só permitem recolher para melhorar a experiência do utilizador dentro da própria app, explicitamente proibindo o seu uso para fins publicitários ou a sua venda a terceiros.
O Facebook deu o meio, é certo, e talvez o meio seja mesmo a mensagem, como dizia McLuhan, mas não se pode falar numa quebra de segurança, nem numa fuga de informação, porque era conscientemente que o Facebook fornecia os dados que a Cambridge Analytica (como outros milhares de empresas e agências) recolheu mas sobretudo explorou muito além dos códigos da rede social. Muito além do que os laços legais do seu fornecimento permitia. A Cambridge Analytica cometeu um crime e isso deve ser claro. Mas será agora razoável exigir ao Facebook que corte uma funcionalidade que permite a tantos milhares de outras páginas e negócios servir com relevância os seus utilizadores? E se os utilizadores quiserem continuar a ser servidos dessa forma? Deverão ser os governos a impor limites às plataformas? A que governos reconhecemos esse tipo de competências? E como lidar com a inovação tecnológica e o seu ritmo frenético? E com a globalidade dos seus utilizadores? Quem prescreve leis sobre a utilização de uma ferramenta mundial? Não tenho resposta para nada e pretendo apenas ilustrar a necessidade de um debate sério e esclarecido sobre a questão, algo que me parece eminentemente estrangeiro às manchetes dos jornais, que também eles revelam a sua incapacidade de compreender a totalidade do tema.
É naturalmente muito importante discutir estes temas e mais fundamental ainda é que cada utilizador esteja consciente de que serviços como o Facebook ou o Google registam e acedem a mais das nossas vidas do que aquilo que poderíamos pensar. Mas para que este tipo de serviços funcionem e acrescentem algo àquilo que somos (por exemplo, que um concurso sobre música me fale das bandas que são relevantes para mim), elas devem forçosamente fazê-lo, ou seriam estéreis, em nada contribuindo para nos servir com relevância no dia-a-dia. Há certamente que pensar devidamente o seu enquadramento, que definir-lhes limites, que impor regulamentação, mas pensar que o tema é exclusivamente do domínio da legislação é o mesmo que pensar que crimes informáticos não existem. E talvez nenhum sector seja tão fortemente legislado como o da banca e dos pagamentos online.
Que tudo isto sirva agora para repensar os limites no acesso aos dados, mas que não se entre na paranóia jornalística, numa pseudo e súbita descoberta de que a nossa relação com os meios digitais deixa dados da utilização que deles fazemos. Desde que começámos a navegar na internet que sabemos que há um histórico daquilo que vemos. As potencialidades são hoje maiores porque também mais profunda é a utilização que hoje fazemos da internet. Mas estamos perante um desejo ulteriormente irresolúvel: querer que as plataformas sejam cada vez mais focadas em cada um de nós, que o indivíduo seja o centro, que tudo seja feito à nossa medida e por nós — a facilidade do acesso a tudo, em todo o lado, através de todos os nossos ecrãs é isso que traduz –, mas simultaneamente queremos que ninguém nos cobre por isso nem faça uso dessa informação.
Há, no imediato, e apesar de tudo isso, algumas medidas que o Facebook deve autonomamente tomar para reduzir a exposição ao seu risco. Não tendo o Facebook uma responsabilidade directa, é também certo que não fez tudo o que podia ter feito para proteger os seus utilizadores. Desde logo, que um utilizador tenha o poder para dar a qualquer anunciante acesso a informações sobre os seus amigos parece um claro abuso de confiança, mecanismo prevendo as vantagens que daí pode retirar um cliente-anunciante do Facebook. Simultaneamente, deve o Facebook tornar obviamente claro e simples o acesso aos dados que um utilizador está a dar via uma aplicação, à semelhança do que fazem PlayStore e AppStore e ao invés de remeter para um texto de reduzidas dimensões que tem claramente o objectivo de passar despercebido à maioria dos utilizadores. E se o Facebook afirma, como se lê na sua política de uso, que os criadores de apps podem apenas aceder aos dados de utilizadores para a melhoria da experiência dos mesmos na app, até que ponto não seria possível codificar alguns desses dados, mantendo-os utilizáveis enquanto evita que uma empresa os extraia e introduza num CRM fora da plataforma, exponenciando o conhecimento que tem da sua audiência? Isto é algo de imenso valor para as empresas, mas cujos limites devem ser debatidos.
O Facebook parece actuar ingenuamente ao fornecer uma tão poderosa ferramenta às empresas enquanto lhes diz que não devem usá-la senão dentro da app que criaram. Uma app cria-se com um objectivo claro, é elemento forte de uma estratégia de comunicação bem pensada e que exige a alocação de recursos que não são baratos. Tendencialmente, ninguém o faz sem um propósito e ninguém o faz apenas para promover a visibilidade de uma marca. E o Facebook sabe disso tão bem que criou essa possibilidade dentro da sua rede. Deve também por isso responder.
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