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O problema das Fake News

As redes sociais têm, cada vez mais, uma força altamente influenciadora, capaz até de ditar e de alterar o rumo, e o resultado, de eleições. Tudo isto, de uma forma altamente credível. Desde a campanha eleitoral de Donald Trump, atual Presidente dos Estados Unidos da América, que ouvimos frequentemente o termo fake news: notícias falsas, sensacionalistas, disfarçadas de notícia.

Este não era um termo de que se falasse até há dois anos atrás, mas que é agora visto como uma grande ameaça à democracia, ao debate livre e, até, à ordem do mundo ocidental. Não só é a palavra favorita do presidente dos EUA, como foi mesmo eleita a Collin’s Word of the Year, em 2017.

Qual é, então, a origem deste fenómeno?

A informação é uma arma usada por Governos e por indivíduos poderosos há milénios, não só para aumentar o poder como também para abafar dissidências. Com a chegada da Internet, as barreiras que preveniam a propagação das notícias falsas nas democracias foram abaixo. Na verdade, permitiu que qualquer pessoa criasse e propagasse informação, especialmente aqueles que sabem como as redes sociais funcionam.

Tanto o Twitter como o Facebook permitem esta troca de informação a uma escala nunca antes vista, assim como o WordPress permite construir um site fácil e rapidamente. Estão reunidas as condições ideais para criar notícias falsas. Alguns dos perigos associados a este tipo de conteúdos é a propagação de ódios, de mentiras e de desinformação.

São exemplos disto, as campanhas eleitorais de Trump, com manipulação de votos e propaganda nas redes sociais; e mais recentemente, de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência do Brasil.

Guerrilha Digital

Através de uma campanha digital via milhares de grupos no Whatsapp, a rede social mais popular no Brasil (é, até, mais popular do que o Facebook), utilizada por milhões de brasileiros. Segundo a BBC Brasil, estima-se que a produção de conteúdo desta campanha, fortalecida por uma rede de apoio espontânea – desde media, à elite empresarial e até a aliados dos seus rivais – alcance, diretamente, pelo menos 30 mil grupos.

André Miceli, professor universitário, defende que “é a pessoa comum, que acredita nas ideias de um candidato, e no seu próprio poder de convencimento, que passa a partilhar as informações pelas redes sociais”, tendo sido contratada para o efeito, ou não. É o que se chama de efeito manada, para tentar atrair o eleitor volátil (ou seja, que só se decide nas vésperas das eleições).

Sem o financiamento das empresas privadas às campanhas, e com a redução do tempo de antena, são as redes sociais o meio de circulação essencial de informação eleitoral – desde vídeos, a áudios, imagens, e até memes. Maurício Moura, pesquisador da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, e fundador da Ideia Big Data, que realiza pesquisas de opinião via telemóvel, a inexistência de um algoritmo no WhatsApp cria “bolhas informacionais” a partir das preferências do usuário, facilitando a troca democrática de informação e de opiniões, elevando a credibilidade das mesmas – vêm de pessoas próximas.

Há uma fragmentação da informação, uma atomização. Os eleitores, sentindo-se desiludidos e desamparados, vão acreditar nos rumores e nas mentoras que circulam, pois parecem verdade, e como são partilhados dentro de uma mesma comunidade, aparentam ser de confiança. Mas, como se sabe, não é verdade. Através do uso de bots e de perfis falsos, os quais não têm elos com as campanhas oficiais, são importantes instrumentos para que se questione o que é feito pelos media tradicionais.

O que é que se partilha, então, nestes grupos?

 A BBC Brasil passou uma semana infiltrada em cerca de 272 destes grupos, e descobriu imagens com contextos errados, áudios com teorias da conspiração, fotografias manipuladas e pesquisas falsas. A par disto, estavam também ataques à imprensa (capas falsas, notícias verdadeiras que estavam falsamente corroboradas). Tudo isto proliferado pela “pessoa comum.”

 Muitas das pessoas que utilizam esta rede, só tem acesso à Internet a partir dela, não tendo a possibilidade de fazer pesquisas, nem de abrir hiperligações. O que é certo, é que toda a gente comunica pelo WhatsApp, em centenas de grupos públicos, desorganizados e caóticos. Não há trocas de ideias, mas sim o bombardeamento de coisas.

Alguns críticos, segundo a informação dispensada pelo Telegraph, defendem que sítios como o Facebook, ou o Twitter, estão construídos para propagar desinformação, tendo em conta a habilidade que têm de se tornar virais (dependendo, diretamente, de sensacionalismos e de reações emocionais). Até porque o Facebook tem vindo a ser acusado de fazer “filter bubbling” – ou seja, de mostrar às pessoas aquilo que querem ver, baseando-se no que acreditam/concordam, e de esconder o restante.

O problema de se mentir na Internet é que acelera os processos, aumenta o número de pessoas atingidas e dificulta a responsabilização. Os conteúdos falsos têm como objetivo manipular a opinião, e os boatos infundados são pensados para causar revolta e emoções extremas – as pessoas querem acreditar, estão muito susceptíveis e o problema maior é não participarem, e apenas verem.

E isto tem muito que ver com o problema da Literacia Digital.

Há um impulso psicológico em partilhar conteúdos que suportem o nosso ponto de vista, mesmo que não sejam verdade. Ainda assim, é propagado. Não custa muito perceber que as coisas podem não ser bem assim, só com uma pesquisa breve, ou através de comentários, mas ninguém o faz. Há uma mania de conspiração, levada a cabo pelos media, uma revolta constante – em suma, estamos numa era em que vivemos numa “pós-verdade” (a verdade é “secundária”, só os sentimentos interessam).

O que está a ser feito para combater?

O Facebook tem tentado prevenir que isto continue a acontecer, adicionando novas features como informações sobre as páginas, third party fact checking, user ratings, etc. O Twitter, está a elaborar restrições API para limitar ações em massa (ou seja, seguir/interagir com os tweets/threads), tentando que haja mais transparência e menos bots e perfis falsos. O WhatsApp, por sua vez, promove campanhas de educação contra a desinformação, e vai limitar o número de reencaminhamentos possível.
No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer. Este tipo de notícias ainda são bastante influenciadoras e propagadoras de certas agendas e crenças.

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